"A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.
Ah, como hei de encontrá-lo? Quem errou
A vinda tem a regressão errada.
Já não sei de onde vim nem onde estou.
De o não saber, minha alma está parada.
Se ao menos atingir neste lugar
Um alto monte, de onde possa enfim
O que esqueci, olhando-o, relembrar,
Na ausência, ao menos, saberei de mim,
E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar
Em mim um pouco de quando era assim"
Fernando Pessoa
"A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.
Ah, como hei-de encontrá-lo? Quem errou
A vinda tem a regressão errada.
Já não sei de onde vim nem onde estou.
De o não saber, minha alma está parada.
Se ao menos atingir neste lugar
Um alto monte, de onde possa enfim
O que esqueci, olhando-o, relembrar,
Na ausência, ao menos, saberei de mim,
E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar
Em mim um pouco de quando era assim"
Fernando Pessoa
Ana Guedes
Ana Guedes é mãe do Pedro. Ambos tem 38 e 4 anos, respectivamente, mas nem sempre nesta mesma ordem.
Mãe por adoração, psicóloga de formação clínica e hospitalar, trabalha em Porto Alegre.
Apaixonada por paixões, sejam elas quais forem, acredita que sem paixão não há solução.
Inventa moda, cria filhos, flores, amores, e escritos.
(Foto: Celso Chittolina)
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"A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.
Ah, como hei-de encontrá-lo? Quem errou
A vinda tem a regressão errada.
Já não sei de onde vim nem onde estou.
De o não saber, minha alma está parada.
Se ao menos atingir neste lugar
Um alto monte, de onde possa enfim
O que esqueci, olhando-o, relembrar,
Na ausência, ao menos, saberei de mim,
E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar
Em mim um pouco de quando era assim"
Fernando Pessoa
Ana Guedes
Ana Guedes é mãe do Pedro. Ambos tem 38 e 4 anos, respectivamente, mas nem sempre nesta mesma ordem.
Mãe por adoração, psicóloga de formação clínica e hospitalar, trabalha em Porto Alegre.
Apaixonada por paixões, sejam elas quais forem, acredita que sem paixão não há solução.
Inventa moda, cria filhos, flores, amores, e escritos.
(Foto: Celso Chittolina)
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